Marcha das Margaridas
“Enquanto persistir o modelo de desenvolvimento dominante, focado no
agronegócio, não haverá desenvolvimento sustentável, justiça, autonomia,
igualdade e liberdade neste país”. Com essa convicção, as Margaridas
floriram Brasília nos dias 16 e 17 de agosto. Elas são dezenas de
milhares de trabalhadoras do campo e da floresta, organizadas em
sindicatos, que pela quarta vez, desde 2000, marcharam em Brasília para
reivindicar políticas públicas por melhores condições de vida na área
rural. A estimativa da organização era reunir 100 mil mulheres. O número
que saiu na imprensa foi 70 mil, a polícia militar contou 45 mil. Seja
qual for a contagem real, trata-se da maior mobilização de mulheres do
Brasil e da América Latina.
A Marcha das Margaridas tem esse nome em homenagem à dirigente sindical
Margarida Alves (1943-1983), grande símbolo da luta das mulheres por
terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade. Rompeu com padrões
tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do sindicato
de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos
direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o
analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente
assassinada com um tiro no rosto pelos usineiros da Paraíba em 12 de
agosto de 1983.
Fonte: Revista Caros Amigos, Agosto, 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário