O povo egípcio num exemplo genuíno de revolução, resolve apontar a podridão de seu próprio regime. É inegável o papel das redes sociais neste novo modelo revolucionário. É o que tem propiciado a desmoronamento dos antigos pilares.
E nós brasileiros, amantes do RAP (Ritmo e poesia ou Revolução Através das Palavras), dessa cultura de críticas sociais surgida nos anos 70, não podemos deixar de nos atentar às questões culturais e sociais que vêem explodindo pelo mundo. A Revolução dos egípicios é um exemplo claro de luta pela democracia, contra a opressão, corrupção e a pobreza, dentre outros. Fato muito similar com a nossa realidade brasileira.
Pode-se identificar nas origens da violência extremista e nas origens da mudança democrática, uma série de problemas comuns como, insatisfação econômica, rejeição às ditaduras e à própria corrupção, até mesmo com a humilhação que muitos desses países enfrentaram de derrotas militares. No caso do Egito, da perda do prestígio internacional. O crescente endividamento, o aumento no preço de alimentos e o desemprego em alta ameaçam a economia egípcia, tida como uma das histórias de sucesso econômico do Oriente Médio. Mas o que acontece hoje é algo muito mais interessante e mais saudável do que foi o terrorismo. Nos casos nós temos grupos de jovens bem educados, bem instruídos utilizando a tecnologia da informação que a Al Queada também usou mas pra fins muito mais extremistas. Mas agora essa juventude no mundo árabe, encontrou uma maneira de canalizar a sua frustração, que é pleitear uma mudança do sistema político, defender transformações democráticas e muito disso tem a ver com o resultado do 11 de setembro no mundo árabe.
Os acontecimentos dos últimos anos demonstraram que o terrorismo não é uma solução para problema nenhuma, quer dizer, sem nenhuma exceção os países árabes estão hoje muito piores do que estavam antes dos atendados do 11 de setembro; o Oriente Médio em geral se radicalizou muito também, temos aí o caso mais expressivo do Irã, que antes dos atentados vinha de numa série de reformas econômicas e políticas e que depois disso, retrocedeu muito com o governo Ahmadinejad e, essa nova juventude islâmica que está despontando no Egito, na Tunísia e no Iémen, aprendeu com os erros do passado.
E ainda sem dúvida, é necessário fazer uma reflexão que ditaduras estimuladas pelos Estados Unidos, não funcionam, visto que, Obama herdou uma situação de alianças diplomáticas muito complicadas e irônicamente no início do seu governo ele fez um discurso no Cairo muito bonito, de abertura pro mundo mulçamano e enfim, expressão da esperança de mudança que foi o que o levou a Presidência. Mas ele não tem conseguido lidar de uma maneira adequada com as crises no Egito, na Tunísia justamente por essa indefinição em se continuar apoiar regimes autoritários que hoje os americanos a longo prazo, já descobriram que são muito instáveis, mas ao mesmo tempo, o mal de se substituir esse mal conhecido por um processo de transformação democrática que ninguém sabe onde vai parar. Pode resultar em sociedades muito mais abertas, muito mais pacíficas, mas também pode significar um retrocesso.
A Democracia não se impõem, mas será que esses países vão conseguir fazer a democracia surgir de baixo pra cima? Parece que a democracia encontrou o seu tempo no mundo árabe. Durante muitos anos se dizia que a população árabe não estava preparada para esse tipo de reforma, mas agora esses jovens sobretudo e, outros segmentos, tomaram a si essa responsabilidade, de mudar os seus países. E, aconteça o que acontecer no Egito nas próximas semanas e nos próximos meses, sem dúvida nenhuma o País conquistou o respeito e a admiração do mundo inteiro, pela garra com que estão defendendo os seus direitos, pleiteando mudanças e tentando corrigir aquilo que está errado em sua nação.
Por: L. Cycy (da internet e adaptações).