quinta-feira, 12 de julho de 2012

paRAPensar: As guerras das mulheres

paRAPensar: As guerras das mulheres

É preciso bater nas mesmas teclas. Relevar os problemas sociais que envolvem as mulheres brasileiras. Temos o compromisso de discutir tais assuntos e ampliar nosso conhecimento, para que o nosso trabalho com o rap seja cada vez mais forte.
Por: Looh.


 

Três fatos que expressam as péssimas condições de vida das mulheres na sociedade brasileira, serão expostos nesse post afim de que voltemos mais uma vez nossa atenção à essas problemáticas. Um deles é sobre o tráfico de mulheres do Brasil para inúmeros países, especialmente para à Europa, com o objetivo de transformá-las em prostitutas. 

As oportunidades de emprego oferecidas pelos aliciadores à essas mulheres, jovens, inúmeras vezes crianças, que prometem gordos salários em euros e doláres, seduzem-nas em seus países de origem, onde vivem destituídas dos seus direitos mais básicos como cidadãs. Uma das principais causas do tráfico de pessoas é o abismo sócioeconômico existente entre os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e os desenvolvidos, discrepância intensificada pela globalização recente. A corrupão de funcionários públicos que facilitam o tráfico pelas fronteiras e a ineficiência ou morosidade do judiciário no julgamentos dos casos e na punição dos culpados, além da emigração sem documentação que também fortalecem a viabilidade do crime.



Outro fato, relata o funcionamento das casas-abrigo mantidas por ONGs e pelo Estado, reservados para mulheres vítimas de violência doméstica. Durante muito tempo a sociedade procurou esconder esse problema e demorou em definir políticas públicas ao necessário esquema de proteção. Para escapar da violência de maridos e companheiros, as mulheres precisam juntar coragem para mudar de vida e muitas estão seguindo este caminho.

É preciso ajudar estas mulheres a começar uma vida nova. O fenômeno da violência contra a mulher assume facetas cada vez mais graves, com a agressão a terminar muitas vezes num homicídio, explicou a presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, à saída do encontro. "A melhor forma de combater este problema é reforçar a sua visibilidade. Assim mais vítimas terão coragem de denunciar", considera Elza Pais.


O último, escancara o círculo vicioso de um sistema montado para enganar cidadãos e consumidores: são os serviços de call center, telemarketing e de atendimento dos clientes de grandes empresas de telefonia, bancos, cartões de crédito e de saúde privada. Elas contratam empresas terceirizadas que funcionam como senzalas no mundo neoliberal eletrônico, com métodos de trabalho próximos da escravidão. Mais uma vez as mulheres trabalhadoras formam o grande exército da super exploração.

Com o tempo, os Sac´s proliferaram e tornaram-se (sub) empregos. Hoje há milhares de trabalhadores que atuam nesses serviços, e perto de outros segmentos, a oferta é espantosa. Com pouca ou nenhuma exigência de experiência, um exército de pessoas corre em busca das vagas. A maioria delas são vítimas do desemprego ou jovens em busca do primeiro trabalho. Nas centrais, todas terceirizadas, os atendentes passam por diversas provações, desde duras restrições quanto as pausas, até mesmo transmitir procedimentos absurdos aos clientes. Tudo isso sem falar nos salários baixos. Tão vítimas quanto os que aguardam na linha pela resolução de problemas são os que mal pagos e extremamente pressionados, tentam solucionar as centenas de casos que chegam nas centrais de atendimento todos os dias. Enquanto se preocupa com o problema não resolvido, grande parte da população descarrega sua raiva no atendente da central telefônica, umas das menores e mais mal remuneradas peças do complexo sistema de um call center. 

Fonte: Revista Caros Amigos, com adaptações.

Essa é uma guerra não apenas das mulheres, mas de todos nós: superar as situações de violência e degradação humana.


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