"Sejamos nós mesmos nossos lideres"
por Crônica Mendes, do grupo A FAMÍLIA.
Crônica Mendes
#ContinueOuvindoRap!
Dia
desses, conversando com o Gordinho do grupo Primeiro Ato, me emocionei com uma
declaração dele. Fiquei pensando a noite inteira em cada palavra e concordo
plenamente com o que ele disse; Não dá para deixar toda a história que o Rap
construiu se perder nas linhas de um contrato, ou nas rimas sem compromisso, ou
se perder de fato por quaisquer motivo. Tudo bem, eu aceito o argumento 'dos
demais', mas não maltrate o rap tanto assim (Obrigado Paulinho da Viola por
esse pensamento nos servir tão bem.) Parece até que o coração que movia o rap
deixou de pulsar forte como antes, agora parece que existem outros motivos para
querer cantar rap, antes era a indignação, hoje ñ vou dizer que é por moda,
hoje simplesmente não sei por que muitos cantam Rap. Não vejo, não sinto, não
ouço muitos dos que estão por ai. Respeito a variedade, mas ñ aceito o desleixo
com o compromisso do Hip Hop, o rap não é só música, palco, cd... Atente-se!
Parece até que é facil compor um rap, não se engane fácil não é... Eis os mcs e
o rappers, ao longo de mais de 20 anos muita coisa foi deturpada... Como já
disse uma vez - Nesse momento lembro dum livro que li, chamado "De que
lado você está?"
Gordinho, você é um guerreiro irmão, seu tempo pertence só a você, o importante
é buscar estar bem e feliz consigo. Muitas vezes na luta da vida, a gente
pensar que nosso tempo já passou, e muitas vezes essa sensação é causada por
estarmos lutando de maneira errada, com armas erradas, com visões erradas, são
tantos motivos que nos levam a pensar dessa forma, e são maiores ainda os
motivos para continuar lutando e aprendendo a maneira certa. Nenhum guerreiro
do rap está dispensado de sua missão, mas é bom que cada um de nós encontre
nosso posto. O rap respira em você, em mim, em cada um que acredita que já foi
tocado pelo rap, que teve sua vida transformada pelo rap. Acredita nisso meu
mano! O rap é o que você é não o que dizem que tem que ser.
Construímos uma estrada até aqui e ela vai mais além, todos podem trilhar nessa
estrada, mas saibam que sofreu, quem sangrou, quem morreu, quem digladiou, quem
fez tudo para que o Hip Hop, o Rap pudesse estar nos corações e mentes dessa
grande favela chamada Brasil.
Vamos pra frente, vamos para o próximo passou, mas vejo que isso ha de ser
feito como processo de extensão, sem o abandono de lugar ou pessoas. Não é nada sobre novo ou velho, mas sim sobre as maneiras de tratar o Rap, o
HIP HOP... Isso é a vida da gente.
Muitos dizem que já somos velhos e que cansaram das coisas que falamos,
cantamos, mas se já cansaram é bom saber que pouca coisa mudou, e o que mudou
foi por causa dessa nossa luta, e saibam também que os problemas mudaram,
evoluíram também, mas não estão sanados. O novo sempre vem, a forma como chega
é que diferencia tudo. E quando se manifesta esse debate, muitos pensam que é
inveja, raiva ou até ódio, mas da minha parte não é nada disso, é apenas uma
busca por se entender como foi que a mídia fonográfica injetou essa briga entre
nós, e como muitos se pintaram de acordo com o que o
inimigo queria. Ouço muitos da dita "nova geração", mas não os que a
mídia diz ser a nova geração.
Vamos!!!
Sejamos nós mesmos nossos lideres.
Crônica Mendes
#ContinueOuvindoRap!